“Entrei em pânico”
Aos 23 anos, o actor já viveu uma vida de aventuras, mas, ao contrário de Afonso, da série da SIC, esteve à beira da morte… aos 18 anos. Saiba porquê
O sucesso na representação atingido por Rui Porto Nunes quase que lhe escapou pelos dedos. O protagonista de Lua Vermelha, da SIC – na qual dá a vida ao vampiro Afonso -, quase perdeu a vida antes de chegar à maioridade. Pouco antes de completar 18 anos, o então atleta de BTT de alta competição esteve perto de perder a vida devida a uma doença fatal. “Era para ter entrado para uma equipa espanhola, mas lesionei-me e já não fui…” Tudo, porque o então desportista contraiu “mononucleose”, algo que o “afastou totalmente da competição”. O problema de saúde é conhecido entre os portugueses por “doença do beijinho” e quase acabou com a vida do jovem, que, hoje, tem 23 anos: “Estive em risco de vida. Os meus pais entraram em pânico e, para ser sincero, eu também!”
No entanto, o drama foi ultrapassado. Contudo, não mais o abandonará. Rui Porto Nunes explica o porquê desta situação. “Quando se apanha este vírus, fica para sempre connosco. Aos 18 anos, subitamente, vi-me obrigado a deixar de estudar e a ficar fechado em casa durante três meses. A minha vida resumia-se a cortisona e penicilina”, relembra o actor de Lua vermelha. O problema foi superado, mas as marcas, essas, vão ficar para sempre. E fazer downhill – o que preferia fazer com a sua bicicleta -, bem como outro tipo de actividade física radical, está completamente fora de questão. “O corpo já não reage como antes. As pulsações cardíacas tiveram alterações. O meu corpo já não recupera tão bem”, conta o protagonista da série da SIC. Nada parecido com a sua personagem, Afonso, com capacidades regenerativas quase instantâneas.
Esta “chatice” até podia não ser tão pesada, mas Rui culpa-se, pois resolveu aproveitar a vida e não mais pensar no assunto. Até já voltou a andar de bicicleta nos tempos livres, mas sem exageros: “Devia manter vigilância, mas não o faço. Como fiz alta competição durante muitos anos, conheço os limites do meu corpo. Sei que se fizer esforços demais num dia, no seguinte tenho de descansar.” Um drama que ele sabe que “será para toda a vida”
As cicatrizes escondidas
Apreciador de grandes desafios e de sentir a adrenalina na pele, Rui Porto Nunes esconde por debaixo da maquilhagem do vampiro Afonso, em Lua Vermelha, algumas cicatrizes. “Todas as que tenho têm história”, relembra o actor com um sorriso. “Recordo-as todas com carinho. As que mais me marcaram são as do olho e a das costas… isto sem falar das do coração”, revela o jovem de 23 anos. Contudo, a que mais o assustou e marcou foi com touros. “Uma vaca, numa largada, agarrou-me e… coitado de mim.” A razão porque se mete nestas loucuras é simples: “Gosto de sentir o coração, do desafio e do risco”.
